terça-feira, 30 de setembro de 2008

Níveis de Biossegurança

Níveis de Biossegurança

Para manipulação dos microrganismos pertencentes a cada uma das quatro classes de risco

devem ser atendidos alguns requisitos de segurança, conforme o nível de contenção necessário. Estes níveis de contenção são denominados de níveis de Biossegurança.

Os níveis são designados em ordem crescente, pelo grau de proteção proporcionado ao pessoal do laboratório, meio ambiente e à comunidade.

O nível de Biossegurança 1, é o nível de contenção laboratorial que se aplica aos laboratórios de ensino básico, onde são manipulados os microrganismos pertencentes a classe de risco 1. Não é requerida nenhuma característica de desenho, além de um bom planejamento espacial e funcional e a adoção de boas práticas laboratoriais.

O nível de Biossegurança 2 diz respeito ao laboratório em contenção, onde são manipulados microrganismos da classe de risco 2. Se aplica aos laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico, sendo necessário, além da adoção das boas práticas, o uso de barreirascabine de segurança biológica e equipamentos de proteção individual) e secundárias (desenho e organização do laboratório). físicas primárias (

O nível de Biossegurança 3 é destinado ao trabalho com microrganismos da classe de risco 3 ou para manipulação de grandes volumes e altas concentrações de microrganismos da classe de risco 2. Para este nível de contenção são requeridos além dos itens referidos no nível 2, desenho e construção laboratoriais especiais. Deve ser mantido controle rígido quanto a operação, inspeção e manutenção das instalações e equipamentos e o pessoal técnico deve receber treinamento específico sobre procedimentos de segurança para a manipulação destes microrganismos.

O nível de Biossegurança 4, ou laboratório de contenção máxima, destina-se a manipulação de microrganismos da classe de risco 4, onde há o mais alto nível de contenção, além de representar uma unidade geográfica e funcionalmente independente de outras áreas. Esses laboratórios requerem, além dos requisitos físicos e operacionais dos níveis de contenção 1, 2 e 3, barreiras de contenção (instalações, desenho equipamentos de proteção) e procedimentos especiais de segurança.

Nível de Biossegurança 1 (NB-1)

O nível de Biossegurança 1 é adequado ao trabalho que envolva agentes bem caracterizados e conhecidos por não provocarem doença em seres humanos sadios e que possuam mínimo risco ao pessoal do laboratório e ao meio ambiente.

O laboratório não está separado das demais dependências da edificação. O trabalho é conduzido, em geral, em bancada, com adoção das boas práticas laboratoriais (BPL). Equipamentos específicos de proteção ou características especiais de construção não são geralmente usados ou exigidos. O pessoal do laboratório deve ter treinamento específico nos procedimentos realizados no laboratório e devem ser supervisionados por um profissional treinado em Biossegurança e com conhecimentos específicos da área.

Abaixo relacionamos os padrões e práticas especiais, equipamentos de segurança e detalhamento de itens referentes às instalações que devem ser respeitados quando houver a manipulação de agentes classificados como microrganismos da classe de risco 1.

  • Práticas Padrões

  • 1. Limitar o acesso ao laboratório ou restringí-lo somente às pessoas autorizadas pela chefia do laboratório.

    2. Lavar as mãos:

    - antes e após a manuseio de materiais viáveis, após a remoção das luvas e antes de saírem do laboratório.

    - antes e após o uso de luvas.

    - antes e depois do contato físico com pacientes.

    - depois de manusear material infectante, mesmo quando as luvas tenham sido usadas.

    - antes de comer, beber, manusear alimentos e fumar.

    - depois de usar o toalete, coçar o nariz, cobrir a boca para espirrar, pentear os cabelos.

    - mãos e antebraços devem ser lavados cuidadosamente (o uso de escovas deverá ser feito com atenção).

    - manter líquidos anti-sépticos para uso, caso não exista lavatório no local.

    3. Não comer, beber, fumar, mascar chicletes, manusear lentes de contato, aplicar cosméticos ou armazenar alimentos para consumo nas áreas de trabalho. As pessoas que usam lentes de contato em laboratórios devem usar também óculos de proteção ou protetores faciais. Os alimentos devem ser guardados fora das áreas de trabalho.

    4. É proibida a pipetagem com a boca; devem ser utilizados dispositivos mecânicos.

    5. Evitar o uso de calçados que deixem os artelhos à vista.

    6. Manter as unhas cortadas.

    7. Não usar anéis, pulseiras, relógios e cordões longos, durante as atividades laboratoriais.

    8. Não lamber as etiquetas ou colocar objetos na boca.

    9. Não utilizar a pia do laboratório como lavatório.

    10. Usar roupa de proteção durante o trabalho. Essas peças de vestuário não devem ser usadas em outros espaços que não sejam do laboratório (escritório, biblioteca, salas de estar e refeitório).

    11. Restringir ao máximo a utilização de agulhas. Instituir procedimentos operacionais padrões para o manuseio das mesmas.

    12. Todos os procedimentos devem ser realizados cuidadosamente a fim de minimizar a criação de borrifos ou aerossóis.

    13. As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas ao término da atividades e sempre depois de qualquer derramamento de material viável.

    14. Todas as culturas, colônias e outros resíduos devem ser descontaminados antes de serem descartados através de um método de descontaminação aprovado como, por exemplo, esterilização por calor úmido (autoclave). Os materiais que forem ser descontaminados fora do laboratório deverão ser colocados em recipientes inquebráveis, à prova de vazamentos e hermeticamente fechados para serem transportados ao local desejado.

    15. Afixar o símbolo internacional de "Risco Biológico" na entrada do laboratório. Neste alerta deve constar o(s) agente(s) manipulado(s) e o nome e número do telefone do pesquisador responsável.

    16. Providenciar o exame médico adequado, assim como vigilância e tratamento apropriados.

    17. Presença de kits de primeiros socorros, na área de apoio ao laboratório.

    18. O responsável pelo laboratório precisa assegurar a capacitação da equipe em relação às medidas de segurança e emergência.

    19. Deve haver um programa de controle de roedores e artrópodes.

  • Práticas Especiais
  • Nenhuma

    Equipamento de Segurança (Barreiras Primárias)

    1. Os equipamentos especiais de contenção, tais como as cabines de segurança biológica, não são geralmente exigidas para manipulações de agentes de classe de risco 1.

    2. Uso de jalecos, aventais ou uniformes próprios, para evitarem a contaminação ou sujeira de suas roupas normais.

    3. Recomenda-se o uso de luvas para os casos de rachaduras ou ferimentos na pele das mãos.

    4. Óculos protetores deverão ser usados na execução de procedimentos que produzam borrifos ou salpicos.

    Instalações Laboratoriais (Barreiras Secundárias)

    1. Possuir porta para controle do acesso.

    2. Instalação de uma pia para lavagem das mãos, próxima à saída do laboratório.

    3. O laboratório deve ser projetado de modo a permitir fácil limpeza. Carpetes e tapetes não são apropriados para laboratórios.

    4. As paredes, o teto e os pisos devem ser lisos, impermeáveis a líquidos e resistentes a produtos químicos e a desinfetantes que são usados no laboratório. Os pisos não devem ser escorregadios. As superfícies horizontais devem ser evitadas, na medida do possível, para evitar o acúmulo de poeira.

    5. Superfície das bancadas impermeável à água e resistente ao calor moderado e aos solventes orgânicos, ácidos, álcalis e químicos usados para a descontaminação da superfície de trabalho e do equipamento.

    6. Os móveis do laboratório devem ser capazes de suportar cargas e usos previstos. Os espaços entre as bancadas, cabines e equipamento devem ser suficientes de modo a permitir fácil acesso para limpeza.

    7. A iluminação deve ser adequada para todas as atividades. Convém evitar os reflexos indesejáveis e a luz ofuscante.

    8. Se o laboratório possuir janelas que se abram para o exterior, estas deverão conter telas de proteção contra insetos.

    Nível de Biossegurança 2 (NB-2)

    O nível de Biossegurança 2 é semelhante ao nível de Biossegurança 1, sendo acrescentado de especificidades que veremos a seguir. É adequado ao trabalho que envolva agentes de risco moderado para as pessoais e para o meio ambiente, classificados como microrganismos da classe de risco 2.. Difere do NB-1 nos seguintes aspectos:

    (1) O pessoal de laboratório deverá ter um treinamento específico no manejo de agentes patogênicos e devem ser supervisionados por profissionais competentes;

    (2) o acesso ao laboratório deve ser limitado durante os procedimentos operacionais;

    (3) precauções extremas serão tomadas em relação a objetos perfurocortantes infectados; e

    (4) determinados procedimentos nos quais exista possibilidade de formação de aerossóis e borrifos infecciosos devem ser conduzidos em cabines de segurança biológica ou outros equipamentos de contenção física.

    Os seguintes padrões e práticas especiais, equipamentos de segurança (EPC e EPI) e instalações são aplicáveis aos agentes designados para o Nível de Biossegurança 2:

  • Práticas Padrões
  • 1. O acesso ao laboratório restrito ou limitado somente às pessoas autorizadas pela chefia.

    2. Não é permitida a presença de crianças.

    3. Lavar as mãos:

    ­ antes e após a manuseio de materiais viáveis, após a remoção das luvas e antes de sair do laboratório.

    ­ antes e após o uso de luvas.

    ­ antes e depois do contato físico com pacientes.

    ­ depois de manusear material infectante, mesmo quando as luvas tenham sido usadas.

    ­ mãos e antebraços devem ser lavados cuidadosamente (o uso de escovas deverá ser feito com atenção).

    3. As salas devem ser mantidas trancadas quando fora de uso. Manter um controle de chaves.

    4. É proibido comer, beber, fumar, mascar chicletes, manusear lentes de contato e aplicar cosméticos nas áreas de trabalho.

    5. Os alimentos devem ser guardados fora das áreas de trabalho.

    6. É proibida a pipetagem com a boca; devem ser utilizados dispositivos mecânicos. É proibido lamber as etiquetas ou colocar os materiais na boca.

    7. Durante o trabalho no laboratório, a equipe deve usar roupas, aventais ou uniformes próprios. Essas peças de vestuário não devem ser usadas em outros espaços que não sejam do laboratório (escritório, biblioteca, salas de estar e refeitório). As roupas contaminadas devem ser desinfetadas com técnica adequada.

    8. A indumentária para proteção dentro do laboratório não deve ser guardada no mesmo armário, junto com trajes pessoais.

    9. Não é permitidos o uso de calçados que deixem os artelhos à vista.

    10. Restringir ao máximo a utilização de agulhas. Instituir procedimentos operacionais padrões para o manuseio das mesmas.

    11. Todos os procedimentos devem ser realizados cuidadosamente a fim de minimizar a criação de borrifos ou aerossóis.

    12. Usar óculos de segurança e os protetores de face (visores), assim como outros dispositivos de proteção sempre que forem indicados para a proteção de olhos e face e contra os salpicos.

    13. As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas com desinfetantes que sejam eficazes contra os agentes manipulados, ao final do trabalho ou no final do dia e após qualquer vazamento ou borrifada de material viável.

    14. Usar luvas adequadas em todo o tipo de atividade que possa resultar em contato acidental direto com sangue, tecidos, fluidos ou animais infectados. Depois de usadas, as luvas serão removidas e autoclavadas juntamente com o resíduo do laboratório, antes de serem eliminadas.

    15. Todas as culturas, colônias e outros resíduos devem ser descontaminados antes de serem descartados através de um método de descontaminação aprovado como, por exemplo, esterilização por calor úmido (autoclave). Os materiais que forem ser descontaminados fora do próprio laboratório devem ser colocados em recipientes inquebráveis, à prova de vazamentos e hermeticamente fechados para serem transportados ao local desejado.

    16. Cabines de segurança biológica devem ser usadas quando o procedimento é de alto potencial de produção de aerossóis.

    17. É recomendável não permitir o trabalho de pessoas portadoras de ferimentos, queimaduras, imunodeficientes ou imunodeprimidas.

    18. Cumpre providenciar o exame médico periódico..

    19. Presença de kits de primeiros socorros, na área de apoio ao laboratório.

    20. O responsável pelo laboratório precisa assegurar a capacitação da equipe em relação às medidas de segurança e emergência.

    21. Deve haver um programa de controle de roedores e artrópodes.

  • Práticas Especiais
  • 1. O acesso ao laboratório deverá ser limitado ou restrito de acordo com a definição do chefe do laboratório, quando o trabalho com agentes infecciosos estiver sendo realizado. Em geral, pessoas susceptíveis às infecções, ou pessoas que quando infectadas possam apresentar sérias complicações, não são permitidas no laboratório.

    2. Estabelecimento de normas e de procedimentos com ampla divulgação para todos os trabalhadores sobre o potencial de risco associado ao trabalho, bem como sobre os requisitos específicos (por exemplo, imunização) para entrada em laboratório.

    3. O símbolo de "Risco Biológico" deve ser colocado na entrada do laboratório onde agentes etiológicos estiverem sendo utilizados. Este sinal de alerta deverá conter informações como o(s) nome(s) o(s) agente(s) manipulado(s), o nível de Biossegurança, as imunizações necessárias, o nome e número do telefone do pesquisador resposável, o tipo de equipamento de proteção individual que deve ser usado no laboratório e os procedimentos necessários para sair do laboratório.

    4. O pessoal do laboratório deve estar apropriadamente imunizado ou examinado quanto aos agentes manipulados ou potencialmente presentes no laboratório (por exemplo, vacina contra a hepatite B ou teste cutâneo para a tuberculose).

    5. Os procedimentos de Biossegurança devem ser incorporados aos procedimentos operacionais padrões ou a um manual de Biossegurança específico do laboratório, adotado ou preparado pelo diretor do laboratório. Todo pessoal deve ser orientado sobre os riscos e devem ler e seguir as instruções sobre as práticas e procedimentos requeridos.

    6. O chefe do laboratório deve assegurar que o laboratório e a equipe de apoio receba um treinamento apropriado sobre os riscos potenciais associados ao trabalho desenvolvido, as precauções necessárias para prevenção de exposição e os procedimentos para avaliação das exposições. A equipe de funcionários deve receber cursos de atualização anuais ou treinamento adicional quando necessário e também no caso de mudanças de normas ou de procedimentos.

    7. Deve-se sempre tomar uma enorme precaução em relação a qualquer objeto perfurocortante, incluindo seringas e agulhas, lâminas, pipetas, tubos capilares e bisturis.

    a. Agulhas e seringas hipodérmicas ou outros instrumentos perfurocortantes devem ficar restritos ao laboratório e usados somente quando não houver outra alternativa. Recipientes plásticos devem ser substituídos por recipientes de vidro sempre que possível.

    b. Devem ser usadas somente seringas com agulha fixa ou agulha e seringa em uma unidade única descartável usada para injeção ou aspiração de materiais infecciosos. As agulhas descartáveis usadas não devem ser dobradas, quebradas, reutilizadas, removidas das seringas ou manipuladas antes de serem desprezadas. Ao contrário, elas deverm ser cuidadosamente colocadas em recipiente resistente a perfurações localizado convenientemente, utilizado para recolhimento de objetos perfurocortantes descartados. Objetos perfurocortantes não descartáveis devem ser colocados em um recipiente cuja parede seja bem resistente para o transporte até a área para descontaminação, de preferência através de uma autoclave.

    c. Vidros quebrados não devem ser manipulados diretamente com a mão, devem ser removidos através de meios mecânicos como uma vassoura e uma pá de lixo ou pinças. Os recipientes que contêm agulhas, equipamentos cortantes e vidros quebrados contaminados devem passar por um processo de descontaminação antes de serem desprezados.

    8. Os equipamentos laboratoriais com defeitos devem ser descontaminados antes de serem enviados para conserto ou removidos do local.

    9. Respingos e acidentes resultantes de uma exposição ao material infeccioso devem ser imediatamente notificados ao chefe do laboratório. A avaliação médica, a vigilância e o tratamento devem ser providenciados e registros do acidente e das providências adotadas deverm ser mantidos por escrito.

    10. É proibida a presença de animais em áreas laboratoriais.

  • Equipamento de Segurança (Barreira Primária)
  • 1. Usar cabines de segurança biológica, de preferência de Classe II, ou outro equipamento de proteção individual adequado ou dispositivos de contenção física sempre que:

    a. Sejam realizados procedimentos com elevado potencial de criação de aerossóis ou borrifos infecciosos como centrifugação, trituração, homogeneização, agitação vigorosa, misturas, ruptura por sonificação ou abertura de recipientes contendo materiais infecciosos onde a pressão interna possa ser diferente da pressão ambiental.

    b. Altas concentrações ou grandes volumes de agentes infecciosos forem utilizados. Tais materiais só podem ser centrifugados fora das cabines de segurança se forem utilizadas centrífugas de segurança e frascos lacrados. Estes só devem ser abertos no interior de uma cabine de segurança biológica.

    2. Proteção para o rosto (máscaras de proteção, protetor facial, óculos de proteção ou outra proteção para respingos) deve ser usada para prevenir respingos ou sprays proveniente de materiais infecciosos ou de outros materiais perigosos, quando for necessária a manipulação de microrganismos fora das cabines de segurança biológica.

    3. Utilização de roupas apropriadas como jalecos, gorros ou uniformes de proteção, dentro do laboratório. Antes de sair do laboratório para as áreas externas (cantina, biblioteca, escritório administrativo), a roupa protetora deve ser retirada e deixada no laboratório, ou encaminhada para a lavanderia da instituição. A equipe do laboratório nunca deve levá-la para a casa.

    4. Devem ser usadas luvas, quando houver um contato direto com materiais e superfícies potencialmente infecciosas ou equipamentos contaminados. O mais adequado é usar dois pares de luvas. Essas luvas devem ser desprezadas quando estiverem contaminadas, o trabalho com materiais infecciosos for concluído ou quando a integridade da luva estiver comprometida. Luvas descartáveis não podem ser lavadas, reutilizadas ou usadas para tocar superfícies "limpas" (teclado, telefones, etc.), e não devem ser usadas fora do laboratório. As mãos deverão ser lavadas após a remoção das luvas. Luvas descartáveis não devem ser reutilizadas.

  • Instalações Laboratoriais (Barreiras Secundárias)
  • 1. É exigido um sistema de portas com trancas.

    2. Considere a construção de novos laboratórios longe de área públicas.

    3. O laboratório deve possuir uma pia para a lavagem das mãos, próximo à saída do mesmo. É recomendado a utilização de torneiras com acionamento automático (células fotoelétricas) ou que sejam acionadas com o pé.

    4. O laboratório deve ser projetado de modo a permitir fácil limpeza e descontaminação. Carpetes e tapetes não são apropriados para laboratório.

    2. As paredes, o teto e os pisos devem ser lisos, impermeáveis a líquidos e resistentes a produtos químicos e a desinfetantes que são usados no laboratório. Os pisos não devem ser escorregadios. As superfícies horizontais devem ser evitadas, na medida do possível, para evitar o acúmulo de poeira.

    3. Superfície das bancadas impermeável à água e resistente ao calor moderado e aos solventes orgânicos, ácidos, álcalis e químicos usados para a descontaminação da superfície de trabalho e do equipamento.

    5. Os móveis do laboratório devem suportar cargas e usos previstos com espaçamento suficiente entre as bancadas, cabines e equipamentos para permitir acesso fácil para limpeza. As cadeiras e outros móveis utilizados no trabalho laboratorial devem ser cobertos com um material que não seja tecido e que possa ser facilmente descontaminado.

    6. Cabines de segurança biológica devem ser instaladas, de forma que a variação da entrada e saída de ar da sala, não provoque alteração nos padrões de contenção de seu funcionamento. As cabines de segurança biológica devem estar localizadas longe de portas, janelas que possam ser abertas e fora de áreas laboratoriais com fluxo intenso de pessoas, de forma que sejam mantidos os parâmetros de fluxo de ar nestas cabines de segurança biológica.

    7. Um lava olhos deve estar disponível.

    8. A iluminação deve ser adequada para todas as atividades, evitando reflexos e luzes fortes e ofuscantes que possam impedir a visão.

    9. Providenciar sistema mecânico de ventilação que proporcione um fluxo interno de ar sem que haja uma recirculação para os espaços fora do laboratório.

    11. Deve ser reservado um local, fora da área do laboratório, destinado ao armazenamento de substâncias químicas.

    12. Deve haver um sistema de segurança para combate à incêndios e saídas de emergência.

    13. A água utilizada deve ser de boa qualidade e nunca deve faltar. O sistema de água pública precisa ser protegido por um dispositivo anti-refluxo.

    14. O fornecimento de eletricidade precisa ser adequado. Sistema de gerador, afim de manter os equipamentos indispensáveis (cabines de segurança biológica, freezers, etc).

    15. É necessário haver uma autoclave no próprio local ou próximo ao mesmo (dentro do prédio).

    16. Para que sejam atendidas as exigências à performace e ao controle da poluição, os seguintes aspectos relativos ao descarte do resíduo sólido merecem atenção especial:

    ­ as autoclaves para tratamento do lixo sólido exigem desenho, tamanho e utilidades especiais;

    ­ pode haver necessidade de desinfecção da água do esgoto.

    Nível de Biossegurança 3 (NB-3)

    O nível de Biossegurança 3 possui semelhanças ao nível de Biossegurança 2 e ao nível de Biossegurança 1, sendo acrescentado de especificidades que veremos a seguir, porisso recomendamos a leitura dos dois níves anteriores.

    O laboratório de nível de Biossegurança 3, ou de contenção, destina-se ao trabalho com agentes de risco biológico da classe 3, ou seja, com microrganismos que acarretam elevado risco individual e baixo risco para a comunidade. É aplicável para laboratórios clínicos, de diagnóstico, ensino e pesquisa ou de produção onde o trabalho com agentes exóticos possa causar doenças sérias ou potencialmente fatais como resultado de exposição por inalação. A equipe profissional deve possuir treinamento específico no manejo de agentes patogênicos, potencialmente letais, devendo ser supervisionados por profissional altamente capacitado e que possua vasta experiência com estes agentes.

    Esse nível de contenção exige a intensificação dos programas de boas práticas laboratoriais e de segurança, além da existência obrigatória de dispositivos de segurança e do uso, igualmente obrigatório, de cabine de segurança biológica. Os trabalhadores devem usar roupas de proteção específicas para esta área e equipamentos de proteção individual.

    Além dos práticas padrões e especiais estabelecidas para os laboratórios NB-1 e NB-2, devem ser adotadas as recomendações abaixo descritas que se aplicam à manipulação de agentes classificados como sendo da classe de risco 3.

  • Práticas Padrões
  • 1. O acesso ao laboratório é rigorosamente limitado.

    2. O trabalho no laboratório deve ser executado em dupla.

    3. Lavar as mãos:

    ­ antes e após a manuseio de materiais viáveis, após a remoção das luvas e antes de sair do laboratório.

    ­ antes e após o uso de luvas.

    ­ depois de manusear material infectante, mesmo quando as luvas tenham sido usadas.

    4. É proibido comer, beber, fumar, manusear lentes de contato e aplicar cosméticos dentro da área de trabalho. As pessoas que usarem lentes de contato em laboratórios devem também usar óculos de proteção ou protetores faciais. Os alimentos devem ser armazenados fora do ambiente de trabalho em armários ou geladeiras utilizadas somente para este fim.

    5. O símbolo de "Risco Biológico" deve ser colocado na entrada do laboratório onde agentes etiológicos estiverem sendo utilizados. Este sinal de alerta deverá conter informações como o(s) nome(s) o(s) agente(s) manipulado(s), o nível de Biossegurança, as imunizações necessárias, o nome e número do telefone do pesquisador resposável, o tipo de equipamento de proteção individual que deve ser usado no laboratório e os procedimentos necessários para sair do laboratório.

    6. É obrigatório o uso de roupas de proteção específicas (macacões, uniformes que possuam menor solução de descontinuidade, não se admitindo roupas abotoadas na frente), uso de máscaras, gorros, luvas, pró-pés ou sapatilhas. Os EPI devem ser autoclavados antes de serem lavados ou descartados.

    7. Os trajes do laboratório não serão utilizados fora da área de biocontenção.

    8. É proibido a pipetagem com a boca, devem ser utilizados dispositivos mecânicos.

    9. Restringir ao máximo a utilização de agulhas. Deve haver procedimentos padrões para o manuseio de agulhas e de outros materiais perfurocortantes e seu cumprimento ser constantemente supervisionado.

    10. Todos os procedimentos devem ser realizados cuidadosamente a fim de minimizar a formação de aerossóis.

    11. As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas com desinfetantes que sejam eficazes contra os agentes manipulados, ao final do trabalho ou no final do dia e após qualquer vazamento ou borrifada de material viável.

    12. Todas as culturas, colônias e outros resíduos relacionados devem ser obrigatoriamente descontaminados antes de serem descartados, através da esterilização por calor úmido, ou seja, autoclavação. Todos os resíduos devem ser obrigatoriamente esterilizados antes de serem removidos do laboratório.

    13. Os procedimentos de Biossegurança devem ser incorporados aos procedimentos operacionais padrões ou a um manual de Biossegurança específico do laboratório, adotado ou preparado pelo diretor do laboratório. Todo pessoal deve ser orientado sobre os riscos e devem ler e seguir as instruções sobre as práticas e procedimentos requeridos.

    14. O chefe do laboratório deve assegurar que o laboratório e a equipe de apoio receba um treinamento apropriado sobre os riscos potenciais associados ao trabalho desenvolvido, as precauções necessárias para prevenção de exposição e os procedimentos para avaliação das exposições. A equipe de funcionários deve receber cursos de atualização anuais ou treinamento adicional quando necessário e também no caso de mudanças de normas ou de procedimentos.

    15. Deve ser providenciado um programa rotineiro de controle de insetos e roedores.

  • Práticas Especiais
  • 1. Não é permitido o trabalho ou a presença de mulheres grávidas, de pessoas portadoras de ferimentos ou queimaduras, imunodeficientes ou imunodeprimidas.

    2. O chefe do laboratório deve estabelecer normas e procedimentos pelos quais só serão admitidas no laboratório que já tiverem recebido informações sobre o potencial de risco, que atendam todos os requisitos para a entrada no mesmo (por exemplo, imunização) e que obedeçam a todas as regras para entrada e saída no laboratório.

    3. O pessoal do laboratório deve ser apropriadamente imunizado ou examinado quanto aos agentes manipulados ou potencialmente presentes no laboratório (por exemplo, vacina para hepatite B ou teste cutâneo para tuberculose) e exames periódicos são recomendados.

    4. Amostras sorológicas de toda a equipe e das pessoas expostas ao risco devem ser coletadas e armazenadas adequadamente para futura referência. Amostras sorológicas adicionais poderão ser periodicamente coletadas, dependendo dos agentes manipulados ou do funcionamento do laboratório.

    5. O chefe do laboratório deve assegurar que antes que o trabalho com os microrganismos classificados com da classe de risco 3 se inicie, toda a equipe do laboratório demonstre estar apto para as práticas e técnicas padrões de segurança e demonstre habilidade também nas práticas e operações específicas do laboratório.

    6. Deve-se tomar uma extrema precaução, quando objetos cortantes, incluindo seringas e agulhas, lâminas, pipetas, tubos capilares e bisturis forem manipulados.

    a. Agulhas e seringas hipodérmicas ou outros instrumentos perfurocortantes devem ficar restritos ao laboratório e usados somente quando não houver outra alternativa. Recipientes plásticos devem ser substituídos por recipientes de vidro sempre que possível.

    b. Devem ser usadas somente seringas com agulha fixa ou agulha e seringa em uma unidade descartável (por exemplo, quando a agulha é parte integrante da seringa) usada para injeção ou aspiração de materiais infecciosos. As agulhas descartáveis usadas não devem ser dobradas, quebradas, reutilizadas, removidas das seringas ou manipuladas antes de serem desprezadas. Elas devem ser cuidadosamente colocadas em um recipiente de paredes rígidas, resistente a perfurações, localizado próximo à área de trabalho, utilizado para recolhimento de objetos perfurocortantes desprezados. Estes recipientes devem ser esterelizados antes de serem removidos da área de biocontenção para o descarte e disposição final.

    c. Vidros quebrados não devem ser manipulados diretamente com a mão, devem ser removidos através de meios mecânicos como uma vassoura e uma pá de lixo ou pinças.

    7. Todas as manipulações abertas que envolvam materiais infecciosos devem ser conduzidas no interior de cabines de segurança biológica ou de outros dispositivos de contenção física dentro de um módulo de contenção. Nenhum trabalho onde tenhamos que abrir a pele para alcançarmos os vasos deverá ser conduzido em bancadas abertas. A limpeza deverá ser facilitada através do uso de toalhas absorventes com uma face de plástico voltada para baixo, recobrindo as superfícies de trabalho não perfuradas das cabines de segurança biológica.

    8. O equipamento laboratorial e as superfícies de trabalho devem ser descontaminadas rotineiramente com um desinfetante eficaz após a conclusão do trabalho com materiais infecciosos, especialmente no caso de derramamento, vazamentos ou outras contaminações por materiais infecciosos.

    a. Vazamentos de materiais infecciosos devem ser descontaminados, contidos e limpos pela equipe do laboratório equipadas para trabalharem com material infeccioso concentrado. Os procedimentos operacionais padrões a respeito deste tipo de incidente devem ser desenvolvidos.

    b. Respingos e acidentes resultantes de uma exposição ao material infeccioso devem ser imediatamente notificados ao chefe do laboratório. A avaliação médica, a vigilância e o tratamento devem ser providenciados e registros do acidente e das providências adotadas deverm ser mantidos por escrito.

    c. Os equipamentos laboratoriais com defeitos devem ser descontaminados antes de serem enviados para conserto ou removidos do local.

  • Equipamento de Segurança (Barreiras Primárias)
  • 1. Roupas de proteção como macacões, uniformes que possuam menor solução de descontinuidade, não se admitindo roupas abotoadas na frente, devem ser usadas pela equipe quando estiver dentro do laboratório. A roupa de proteção não deve ser usada fora do laboratório. Antes de ser lavada ou descartada esta roupa deve ser esterilizada e deve sempre ser trocada quando contaminada.

    2. É obrigatório o uso de luvas quando estiver manuseando materiais infecciosos. Avaliar a utilização de dois pares de luva. Recomenda-se a mudança freqüente das luvas acompanhada de lavagem das mãos.

    3. Todas as manipulações de materiais infecciosos devem ser conduzidas em uma cabine de segurança biológica de Classe II ou de Classe III.

    4. Quando um procedimento ou processo não puder ser conduzido dentro de uma cabine de segurança biológica devem ser utilizadas combinações apropriadas de equipamentos de proteção individual (por exemplo, respiradores, protetores faciais) com dispositivos de contenção física (por exemplo, centrífugas de segurança e frascos selados).

  • Instalações do Laboratório (Barreiras Secundárias)
  • 1. O laboratório deverá estar separado das áreas de trânsito irrestrito do prédio com acesso restrito. Uma maneira de separá-lo consiste em localizá-lo na extremidade cega do corredor ou em levantar uma divisão e, a via de acesso feita através de uma ante-sala (air-lock) depois do laboratório de nível de Biossegurança 2.

    2. Acesso é feito através de vestíbulo pressurizado, com sistema de dupla porta e intertravamento automático como requisito básico para entrada no laboratório a partir de corredores de acesso ou outras áreas contíguas.

    3. A área de escritório deve ser localizada fora da área de biocontenção.

    4. Existência de um lavatório para as mãos, lava-olhos e chuveiro de emergência, no vestíbulo de acesso ao laboratório, com dispositivo de acionamento com os pés ou automatizado.

    5. As superfícies das paredes internas, pisos e tetos das áreas, onde os agentes da classe de risco 3 são manipulados, devem ser construídas e mantidas de forma que facilitem a limpeza e a descontaminação. Toda a superfície deve ser selada e sem reentrâncias. As paredes, tetos e pisos devem ser lisas, impermeáveis e resistentes a substâncias químicas e desinfetantes normalmente usados no laboratório. Os pisos devem ser monolíticos e anti - derrapante. Orifícios ou aberturas nas superfícies de pisos, paredes e teto devem ser selados. Dutos e espaços entre portas e esquadrias devem permitir o selamento para facilitar a descontaminação.

    6. As bancadas devem ser impermeáveis e resistentes ao calor moderado e aos solventes orgânicos, ácidos, álcalis e solventes químicos utilizados para descontaminação de superfícies e equipamentos.

    7. Os móveis do laboratório devem suportar cargas e usos previstos com espaçamento suficiente entre as bancadas, cabines e equipamentos para permitir acesso fácil para a limpeza. As cadeiras e outros móveis utilizados em um laboratório devem ser cobertos por uma material que não seja tecido e possa ser facilmente descontaminado.

    8. Todas as janelas do devem possuir caixilhos metálicos, ser fixas e hermeticamente vedadas.

    9. Deve estar disponível, na área de biocontenção, uma autoclave para descontaminação de todo o material utilizado nesta área. Deve-se considerar os meios de descontaminação de equipamentos.

    10. Cabines de segurança biológica devem ser instaladas, de forma que a variação da entrada e saída de ar da sala, não provoque alteração nos padrões de contenção de seu funcionamento. As cabines de segurança biológica devem estar localizadas longe de portas, janelas que possam ser abertas e fora de áreas laboratoriais com fluxo intenso de pessoas, de forma que sejam mantidos os parâmetros de fluxo de ar nestas cabines de segurança biológica.

    11. O laboratório deve ter um sistema de ar independente, com ventilação unidirecional onde o fluxo de ar penetra no laboratório através da área de entrada. O ar de exaustão não deve recircular em outras áreas do prédio. Equilíbrio do sistema de ventilação/exaustão prevenindo pressurização e assegurando pressão negativa. O ar exaurido da área de biocontenção deve ser descarregado, verticalmente, para fora do prédio, em áreas livres de construções e de entradas de ar. Deve ser filtrado através de filtro HEPA (High Efficiency Particulated Air).

    12. Alarmes para falhas nos sistemas de insuflação, exaustão, pressurização, intercomunicação, temperatura, umidade, incêndios dentre outros. Providenciar monitor visual com um painel de controle.

    13. O ar exaurido de uma cabine de segurança biológica Classe II, filtrado por filtro absoluto tipo HEPA poderá recircular no interior do laboratório se a cabine for testada e certificada anualmente. O ar exaurido das cabines de segurança biológica deve ser retirado diretamente para fora do ambiente de trabalho através do sistema de exaustão do edifício.

    14. As linhas de vácuo devem ser protegidas por sifões contendo desinfetantes líquidos e filtros HEPA, ou o equivalente. Os filtros devem ser substituídos quando necessário. Uma alternativa é usar uma bomba a vácuo portátil (também adequadamente protegida com sifões e filtros).

    15. A iluminação deve ser adequada para todas as atividades, evitando reflexos e brilhos que possam ofuscar a visão.

    16. O projeto da instalação e os procedimentos operacionais do nível de Biossegurança 3 devem ser documentados. Os parâmetros operacionais e das instalações devem ser verificados quanto ao funcionamento ideal antes que o estabelecimento inicie suas atividades. As instalações devem ser verificadas pelo menos uma vez ao ano.

    17. Deve haver um sistema de segurança para combate à incêndios e saídas de emergência.

    18. A água utilizada deve ser de boa qualidade e nunca deve faltar. O sistema de água pública precisa ser protegido por um dispositivo anti-refluxo.

    19. O fornecimento de eletricidade precisa ser adequado. Sistema de gerador, afim de manter os equipamentos indispensáveis (cabines de segurança biológica, freezers, etc).

    20. Proteções adicionais ao meio ambiente (por exemplo, chuveiros para a equipe, filtros absolutos tipo HEPA para filtração do ar insuflado, contenção de outras linhas de serviços e a descontaminação dos efluentes líquidos) deve ser considerada em conformidade com a avaliação de risco, com as recomendações para manipulação de determinado agente patogêncico, atividade desenvolvida , condições do local ou outras normas locais, estaduais ou federais aplicáveis.

    Nível de Biossegurança 4 (NB-4)

    O nível de Biossegurança 4 possui semelhanças quanto aos procedimentos e práticas estabelecidas ao nível de Biossegurança 3, nível de Biossegurança 2 e ao nível de Biossegurança 1, sendo acrescentado de especificidades que veremos a seguir, porisso recomendamos a leitura dos três níves anteriores, sendo que só deve operar com técnicos especializados e treinados em procedimentos de Biossegurança.

    Recomenda-se que os laboratórios de nível de Biossegurança 4, ou de contenção máxima, só funcionem sob o controle direto das autoridades sanitárias, além disso, dada a grande complexidade do trabalho, a equipe do laboratório deverá ter um treinamento específico e completo direcionado para a manipulação de agentes infecciosos extremamente perigosos e deverá ser capaz de entender as funções da contenção primária e secundária, das práticas padrões específicas, do equipamento de contenção e das características do planejamento do laboratório. É necessário a elaboração de um manual de trabalho pormenorizado; este deve ser testado previamente através de exercícios de treinamento.

    O nível de Biossegurança 4 é indicado para o trabalho que envolva agentes exóticos e perigosos que exponham o indivíduo a um alto risco de contaminação de infecções que podem ser fatais, além de apresentarem um potencial relevado de transmissão por aerossóis, classificados como microrganismos da classe de risco 4.

    Os trabalhadores devem ser supervisionados por profissionais altamente competentes, treinados e com vasta experiência no manuseio dos agentes manuseados, além dos procedimentos de segurança específicos.

    O acesso ao laboratório deve ser rigorosamente controlado por sistemas automátizados. A instalação laboratorial deve estar localizada em uma edificação separada ou em uma área controlada dentro do edifício, que seja totalmente isolada de todas as outras. Um manual de operações específico para as instalações deve ser preparado ou adotado.

    O trabalho deve ser executado exclusivamente dentro de cabines de segurança biológica Classe III ou dentro de cabines de segurança biológica da Classe II associadas ao uso de roupas de proteção com pressão positiva, ventiladas por sistema de suporte de vida. O laboratório do nível de Biossegurança 4 deve possuir características específicas quanto ao projeto e a engenharia para prevenção da disseminação de microorganismos no meio ambiente

    As seguintes práticas de segurança padrões e especiais e as instalações se aplicam aos agentes pertencentes ao nível de Biossegurança 4:

  • Práticas Padrões
  • 1. O acesso ao laboratório deve se rigorosamente limitado e controlado.

    2. É proibido o trabalho de pessoas que estiverem imunocomprometidas ou imunodeprimidas, portadores de ferimentos e de mulheres grávidas.

    3. O trabalho no laboratório deve ser sempre executado em dupla.

    4. Existência de um sistema de contenção primária, constituído de um ou mais dos seguintes equipamentos: cabines de segurança biológica da classe III, macacões ventilados com pressão positiva. Neste último caso, exige-se um chuveiro especial para desinfecção química das pessoas que deixam o vestuário.

    5. Restringir ao máximo a utilização de agulhas. Deve haver procedimentos padrões para o manuseio de agulhas e de outros materiais perfurocortantes e seu cumprimento ser constantemente supervisionado.

    6. Todos os procedimentos devem ser realizados cuidadosamente a fim de minimizar a formação de aerossóis.

    7. As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas com desinfetantes que sejam eficazes contra os agentes manipulados, ao final do trabalho ou no final do dia e após qualquer vazamento ou borrifada de material viável.

    8. Todos os resíduos produzidos devem ser obrigatoriamente esterilizados antes de serem retirados do laboratório. Todos os resíduos devem ser incinerados após serem removidos do laboratório.

    9. Todos os líquidos que deixam o laboratório, incluindo a água do chuveiro, precisam ser descontaminados antes de serem definitivamente descartados.

    10. Os procedimentos de Biossegurança devem ser incorporados aos procedimentos operacionais padrões ou a um manual de Biossegurança específico do laboratório, adotado ou preparado pelo diretor do laboratório. Todo pessoal deve ser orientado sobre os riscos e devem ler e seguir as instruções sobre as práticas e procedimentos requeridos.

    11. Deve-se providenciar um programa rotineiro de controle de insetos e roedores.

  • Práticas Especiais
  • 1. Somente as pessoas envolvidas na programação e no suporte ao programa a ser desenvolvido e cujas presenças forem solicitadas no local ou nas salas do laboratório devem ter permissão para entrada no local. O chefe do laboratório deverá ter a responsabilidade final no controle do acesso. Antes de entrar no laboratório, as pessoas devem ser avisadas sobre o risco potencial e devem ser instruídas sobre as medidas apropriadas de segurança. As pessoas autorizadas devem cumprir com rigor as instruções dadas e todos os outros procedimentos aplicáveis para a entrada e saída do laboratório. Deve haver registro de entrada e de saída de pessoal.

    2. O chefe do laboratório deve ser o responsável por assegurar que, antes de iniciar o trabalho com microrganismos pertencentes à classe de risco 4, toda a equipe demonstre uma alta competência em relação às práticas e técnicas de segurança e em práticas e operações especiais específicas para a execução das atividades do laboratório. Isto poderá incluir uma experiência anterior no manuseio de patógenos humanos ou culturas de células, ou um treinamento específico fornecido pela chefia do laboratório ou por outro perito com experiência nestas técnicas e práticas microbiológicas singulares.

    3. O pessoal do laboratório deve ser apropriadamente imunizado e examinado periodicamente.

    4. Amostras sorológicas de toda a equipe do laboratório e de outras pessoas expostas a um elevado risco deverão ser coletadas e armazenadas. Amostras sorológicas adicionais devem ser periodicamente coletadas, dependendo dos agentes manipulados ou do funcionamento do laboratório. Ao estabelecer um programa de vigilância sorológica deve-se considerar a disponibilidade dos métodos para a avaliação do anticorpo do(s) agente(s) em questão. O programa para o teste das amostras sorológicas deve ter um intervalo a cada coleta e o responsável pelo projeto deve comunicar os resultados aos participantes.

    5. Um manual sobre Biossegurança deve ser preparado e adotado. A equipe deve ser avisada quanto aos perigos e riscos especiais e deve ler e seguir as instruções sobre as práticas e procedimentos.

    6. A equipe do laboratório e a equipe de apoio devem receber treinamento adequado sobre os perigos e riscos associados ao trabalho, as precauções necessárias para a prevenção de exposições e os procedimentos de avaliação da exposição. A equipe também deve participar de cursos de atualização anual ou treinamento adicional quando necessário em caso de mudanças nos procedimentos.

    7. A entrada e saída de pessoal do laboratório devem ocorrer somente após uso do chuveiro e troca de roupas. Os funcionários devem usar o chuveiro de descontaminação a cada saída do laboratório.

    8. Todos os materias de entrada devem ser descontaminadas em autoclave de dupla porta, câmara de fumigação ou sistema de antecâmara pressurizada antes de serem utilizados.

    9. Deve-se sempre tomar extrema precaução com qualquer objeto perfurocortante contaminado, como seringas e agulhas, lâminas, pipetas, tubos capilares e bisturi.

    a. Agulhas e seringas hipodérmicas ou outros instrumentos cortantes são restritos ao laboratório e usados somente quando não houver outra alternativa para inoculação parenteral, flebotomia ou aspiração de fluídos de animais de laboratório e de garrafas com diafragma. Recipientes plásticos devem ser substituídos por recipientes de vidro sempre que possível.

    b. Devem ser usadas somente seringas com agulhas fixas ou agulha e seringa em uma unidade única e descartável (por exemplo, quando a agulha é parte integrante da seringa) usada para injeção ou aspiração de materiais infecciosos. As agulhas descartáveis usadas não devem ser dobradas, quebradas, reutilizadas, removidas das seringas ou manipuladas antes de serem desprezadas. Ao contrário, elas devem ser cuidadosamente acondicionadas em um recipiente resistente a perfurações localizado convenientemente, utilizado para recolhimento de objetos cortantes desprezados. Objetos cortantes não descartáveis devem ser acondicionados em um recipiente cuja parede deverá ser bem resistente para o transporte até uma área para descontaminação, de preferência através de uma autoclave.

    c. Vidros quebrados não devem ser manipulados diretamente com a mão, devem ser removidos através de meios mecânicos como uma vassoura e uma pá de lixo, pinças ou fórceps. Os recipientes que contêm agulhas, equipamentos cortantes e vidros quebrados contaminados devem passar por esterilização antes de serem incinerados.

    10. Nenhum material, com exceção do material biológico que deve permanecer intacto ou viável pode ser removido de um laboratório de nível de Biossegurança 4, sem antes ter sido autoclavado. Equipamentos ou materiais que não resistam a temperaturas elevadas ou ao vapor devem ser descontaminados utilizando-se outras metodologias de descontaminação comprovadas e validadas.

    11. Um sistema de notificação de acidentes e exposições laboratoriais, absenteísmo de empregados e doenças associadas ao laboratório deve ser organizado, bem como um sistema de vigilância médica. Relatos por escrito deverão ser preparados e mantidos. Deve-se ainda, prever uma unidade de quarentena, isolamento e cuidados médicos para o pessoal contaminado por doenças conhecidas ou potencialmente associado a laboratório.

    12. Todos os materiais não relacionados ao experimento que estiver sendo realizado no momento não devem ser permitidos no laboratório.

  • Equipamento de Segurança (Barreiras Primárias)
  • Todos os procedimentos dentro do laboratório devem ser conduzidos em cabines de segurança biológica Classe III ou cabines de Classe II usadas em associação com roupas de proteção pessoal com pressão positiva e ventiladas por sistema de suporte de vida.

  • Instalação do Laboratório (Barreiras Secundárias)
    1. Existem dois modelos de laboratório de nível de Biossegurança 4:

    (A) Laboratório onde todas as manipulações do agente são realizadas em uma cabine de segurança biológica Classe III

    (B) Laboratório onde a equipe usa uma roupa de proteção depressão positiva.

    Os laboratórios de nível de Biossegurança 4 podem se basear em um dos modelos ou em uma combinação dos dois modelos na construção de um só laboratório. Se a combinação for utilizada, cada tipo deve atender todos os requisitos identificados para o mesmo.

    (A) Laboratório com uso de cabine de seguranç biológica Classe III

    1. O laboratório de nível de Biossegurança 4 deve estar separado do prédio ou em uma área claramente demarcada e isolada dentro de um prédio.

    2. A entrada e a saída de técnicos deve ser feita através de sanitários/vestiários de barreira, com diferencial de pressão e sistema de bloqueio de dupla porta, providos de dispositivos de fechamento automático e de intertravamento. O controle de acesso deve ser feito através de sistema de leitor de íris, leitor de digital, cartão magnético ou outro sistema automático.

    3. Devem estar previstas câmaras de entradas e saídas de pessoal, para troca de roupas, separadas por chuveiro. Deve ser um sistema de autoclave de duas portas, um tanque de imersão contendo desinfetante, uma câmara de fumigação ou uma ante-sala ventilada para descontaminação na barreira de contenção para o fluxo de materiais, estoques ou equipamentos que não passam no interior dos pelos vestiários para chegarem até a sala.

    4. Inspeções diárias de todos os parâmetros de contenção (por exemplo, fluxo de ar direcionado) e sistemas de suporte de vida devem estar concluídos antes que o trabalho se inicie dentro do laboratório para assegurar que este esteja funcionando de acordo com os parâmetros de operação.

    5. As paredes, tetos e pisos do laboratório devem ser construídos com sistema de vedação interna, para permitir maior eficiência da fumigação e evitar o acesso de animais e insetos. As superfícies internas do laboratório devem ser resistentes a líquidos e produtos químicos para facilitar a limpeza e a descontaminação da área.

    6. As bancadas devem possuir superfícies seladas e sem reentrâncias que deverão ser impermeáveis à água e resistentes ao calor moderado e aos solventes orgânicos, ácidos, álcalis e solventes químicos utilizados na descontaminação das superfícies de trabalho e dos equipamentos.

    7. Os móveis do laboratório devem ter uma construção simples e deverão suportar cargas e usos previstos. O espaçamento entre as bancadas, as cabines e armários e o equipamento deve ser suficiente para facilitar a limpeza e a descontaminação. As cadeiras e outros móveis usados em um laboratório devem ser cobertos por um material que não seja tecido e que possa ser facilmente descontaminado.

    8. Pias com acionamento automático ou que sejam acionadas sem uso das mãos, deverão ser construídas próximas à porta da sala da cabine e perto dos vestiários internos e externos.

    9. Se existir um sistema central de vácuo, este não deve servir as áreas fora da sala das cabines. Filtros HEPA em série devem ser colocados da forma mais prática possível em cada ponto onde será utilizado ou próximo da válvula de serviço. Os filtros devem ser instalados de forma a permitir a descontaminação e a substituição local dos mesmos. Outras linhas utilitárias, como a de gás e líquidos, que convergem para a sala das cabines devem ser protegidas por dispositivos que evitem o retorno do fluxo.

    10. Todas as janelas devem ser seladas.

    11. A cabine de segurança biológica Classe III deve possuir autoclave de porta dupla para a descontaminação de todos os materiais utilizados. As portas da autoclave que abre para fora da barreira de contenção deve ser selada às paredes. Estas portas devem ser controladas automaticamente de forma que a porta externa da autoclave somente possa ser aberta depois que o ciclo de "esterilização" da autoclave tenha sido concluído.

    12. Os efluentes líquidos, incluindo a água dos vasos sanitários, dos chuveiros de desinfecção química, das pias e de outras fontes devem ser descontaminados através de um método de descontaminação comprovado, de preferência através de um tratamento por calor - antes de serem jogados no esgoto sanitário. O processo usado para a descontaminação de dejetos líquidos deve ser validado fisicamente e biologicamente.

    13. Todos os laboratórios deverm possuir um sistema de ventilação sem uma re-circulação. Os sistemas de insuflação e de exaustão devem estar equilibrados para assegurar um fluxo de ar direcionado da área de menos risco para área(s) de maior risco potencial. O sistema de ar no laboratório deverá prever uma pressão diferencial e fluxo unidirecionado de modo a assegurar diferencial de pressão que não permita a saída do agente de risco. O fluxo de ar direcionado/pressão diferencial deve ser monitorado e deve conter um alarme que acuse qualquer irregularidade no sistema. Um dispositivo visual que monitorize a pressão de maneira apropriada, que indique e confirme o diferencial da pressão da sala das cabines deve ser providenciado. O fluxo de ar de entrada e saída também deve ser monitorado, e um sistema de controle HEPA deve existir para evitar uma contínua pressurização positiva do laboratório. A cabine de Classe III deve ser diretamente conectada ao sistema de exaustores. Se a cabine de Classe III estiver conectada ao sistema de abastecimento, isto deverá ser feito de forma que previna uma pressurização positiva da cabine.

    14. O ar de exaustão dos laboratórios e das cabines deve passar por um sistema de dupla filtragem com filtros absolutos tipo HEPA em série. Este ar deve ser liberado longe dos espaços ocupados e das entradas de ar. Os filtros devem estar localizados de maneira mais próxima possível da fonte a fim de minimizar a quantidade de canos potencialmente contaminados. Todos os filtros HEPA devem ser testados e certificados anualmente. A instalação dos filtros HEPA deve ser projetada de tal forma que permita uma descontaminação in situ do filtro antes deste ser removido, ou antes, da remoção do filtro em um recipiente selado e de contenção de gás para subseqüente descontaminação e destruição através da incineração. O projeto do abrigo do filtro HEPA deve facilitar a validação da instalação do filtro. O uso de filtros HEPA pré-certificado pode ser vantajoso. A vida média de filtros HEPA de exaustão pode ser prolongada através de uma pré-filtração adequada do ar insuflado.

    15. O projeto e procedimentos operacionais de um laboratório de nível de Biossegurança 4 devem ser documentados. O local deve ser testado em função do projeto e dos parâmetros operacionais para ser verificado se realmente atendem a todos os critérios antes que comecem a funcionar. Os locais devem ser checados novamente pelo menos uma vez ao ano e os procedimentos neles existentes devem ser modificados de acordo com a experiência operacional.

    16. Sistemas de comunicações apropriados devem ser instalados entre o laboratório e o exterior (por exemplo, fax, computador, interfone).

    (B) Laboratório com utilização de roupa de proteção específica com pressão positiva

    1. A instalação deste laboratório deve ser em um edifício separado ou de uma área claramente demarcada e isolada dentro do edifício. As salas devem ser construídas de forma que assegurem a passagem através dos vestiários e da área de descontaminação antes da entrada na(s) sala(s) onde há a manipulação dos agentes de risco biológico da classe de risco 4.

    2. Vestiários interno e externo, separados por um chuveiro devem ser construídos para a entrada e saída da equipe. Uma área para que a equipe vista as roupas protetoras deve ser construída para proporcionar uma proteção pessoal equivalente àquela proporcionada pelas cabines de segurança biológica Classe III. As pessoas que entram nesta área devem vestir uma roupa de peça única de pressão positiva e que seja ventilada por um sistema de suporte de vida protegido pelo sistema de filtros HEPA. O sistema de suporte de vida inclui compressores de respiração de ar, alarmes e tanques de ar de reforço de emergência. A entrada nesta área deve ser feita através de uma câmara de compressão adaptada com portas herméticas.

    3. Um chuveiro químico para descontaminação da superfície da roupa antes que o trabalhador saia da área deve ser instalado.

    4. Um gerador de luz, automaticamente acionado em casos de emergência, deve ser instalado para evitar que os sistemas de suporte de vida, os alarmes, a iluminação, os controles de entrada e saída e as cabines de segurança parem de funcionar.

    5. A iluminação e os sistemas de comunicação de emergência devem ser instalados.

    6. Todas as aberturas e fendas dentro da concha interna da sala da roupa de proteção, do chuveiro químico e das fechaduras devem ser seladas.

    7. Uma inspeção diária de todos os parâmetros de contenção (por exemplo, o fluxo de ar direcionado, chuveiros químicos) e dos sistemas de suporte de vida devem estar concluídos antes que o trabalho no laboratório se inicie para garantir que o laboratório esteja operando de acordo com os parâmetros operacionais.

    8. Uma autoclave de portas duplas deve ser instalada na barreira de contenção para descontaminação dos dejetos a serem removidos da área do laboratório escafandro. A porta da autoclave, que se abre para a área externa da sala escafandro, deve ser automaticamente controlada de forma que a porta exterior só possa ser aberta depois que o ciclo de "esterilização" esteja concluído.

    9. As paredes, pisos e tetos do laboratório devem ser construídos de maneira que formem uma concha interna selada, que facilite a fumigação e que evite a entrada de animais e insetos. As superfícies internas devem ser impermeáveis e resistentes as soluções químicas, facilitando a limpeza e a descontaminação da área. Todas as aberturas e fendas nestas estruturas e superfícies devem ser seladas. Qualquer sistema de drenagem do piso deve conter sifões cheios de desinfetante químico de eficácia comprovada contra o agente alvo e devem estar conectados diretamente ao sistema de descontaminação de resíduos líquidos. O esgoto e outras linhas de serviço devem possuir filtros HEPA.

    10. Acessórios internos como dutos de ventilação, sistemas de suprimento de luz e água devem ser instalados de maneira que minimizem a área da superfície horizontal.

    11. As bancadas devem possuir superfícies seladas e sem emendas que deverão ser impermeáveis e resistentes ao calor moderado e aos solventes orgânicos, ácidos, álcalis e solventes químicos utilizados na descontaminação das superfícies de trabalho e nos equipamentos.

    12. As bancadas devem ser impermeáveis e resistentes ao calor moderado e aos solventes orgânicos, ácidos, álcalis e solventes químicos utilizados para descontaminação de superfícies e equipamentos. Recomenda-se o uso de materiais não porosos.

    13. Os móveis do laboratório devem ter uma construção simples e devem suportar cargas e usos previstos. As cadeiras e outros móveis do laboratório devem ser cobertos por um material que não seja tecido e que possa ser facilmente descontaminado.

    14. Pias com funcionamento automático ou que sejam acionadas sem o uso das mãos, devem ser construídas próximas à área em conjunto com a roupa de proteção.

    15. Todos os serviços de gás e líquidos devem ser protegidos por dispositivos que evitem o retorno do fluxo.

    16. Todas as janelas devem ser seladas.

    17. Efluentes líquidos provenientes das pias, dos canos de esgoto do piso (se utilizado), das câmaras da autoclave e de outras fontes dentro da barreira de contenção devem ser descontaminados através de um método de descontaminação comprovado, de preferência através de um tratamento com calor - antes de serem jogados no esgoto sanitário. Os efluentes vindo de chuveiros e vasos sanitários limpos devem ser jogados no esgoto sem antes passar por um tratamento. O processo usado para a descontaminação de dejetos líquidos deverá ser validado fisicamente e biologicamente.

    18. Todos os laboratórios devem possuir um sistema de ventilação sem re-circulação. Os componentes de insuflação e exaustão de ar do sistema devem estar equilibrados para assegurar um fluxo de ar direcionado da área de menos risco para área(s) de maior perigo. O fluxo de ar direcionado/pressão diferencial entre as áreas adjacentes deve ser monitorado e deveconter um alarme para indicar qualquer irregularidade no sistema. Um dispositivo visual que monitore a pressão de maneira apropriada, que indique e confirme o diferencial da pressão da sala das cabines deve ser providenciado e deve ser colocado na entrada do vestiário. O fluxo de ar nos componentes de abastecimento e escape também deve ser monitorado, e um sistema de controle HVAC deve ser instalado para evitar uma pressurização positiva do laboratório.

    19. O ar de exaustão deve passar por dois filtros absolutos tipo HEPA em série antes de ser jogado para fora. O ar deve ser lançado distante dos espaços ocupados e das entradas de ar. Os filtros HEPA devem estar localizados de maneira mais próxima possível da fonte a fim de minimizar a extensão dos canos potencialmente contaminados. Todos os filtros HEPA devem ser testados e certificados anualmente. O local da instalação dos filtros HEPA deve ser projetado de maneira que permita uma descontaminação in situ do filtro antes deste ser removido. Este local deve facilitar a validação da instalação do filtro. O uso de filtros HEPA pré-certificados pode ser vantajoso. A vida média de filtros HEPA exaustores pode ser prolongada através de uma pré-filtração adequada do ar fornecido.

    20. O posicionamento dos pontos de entrada e saída de ar deve ser de tal forma que os espaços de ar estáticos dentro do laboratório sejam minimizados.

    21. O projeto e procedimentos operacionais de um laboratório de nível de Biossegurança 4 devem ser documentados. O local deve ser testado em função do projeto e dos parâmetros operacionais para que se verifique se realmente atendem a todas as necessidades antes que comecem a funcionar. Os locais devem ser checados novamente uma vez ao ano e os procedimentos neles existentes devem ser modificados de acordo com a experiência operacional.

    22. Sistemas de comunicações apropriados devem ser instalados entre o laboratório e o exterior (por exemplo, fax, computador, interfone).

    Avaliação de Risco

    Nas atividades laboratoriais que envolvam materiais infecciosos ou potencialmente infecciosos, a avaliação do risco é um parâmetro de essencial importância para a definição de todos os procedimentos de Biossegurança sejam eles de natureza construtiva, de procedimentos operacionais ou informacionais. Irá determinar os níveis de biossegurança [instalações, equipamentos de proteção (individual e coletivo), procedimentos e informação] que minimizarão ao máximo a exposição de trabalhadores e do meio ambiente a um agente infeccioso.

    A avaliação de risco pode ser qualitativa ou quantitativa.

    Os tipos, subtipos e variantes dos agentes infecciosos envolvendo vetores diferentes ou raros, a dificuldade de avaliar as medidas do potencial de amplificação do agente, e as considerações dos recombinantes genéticos, são alguns dos vários desafios na condução segura de um laboratório. Diante de tal complexidade, no processo de avaliação de risco para o trabalho com materiais biológicos perigosos, nem sempre os métodos de amostragem quantitativa estarão à disposição.

    Existem algumas informações a respeito dos agentes manipulados que deverão ser considerados durante uma avaliação de risco e que norteam a classificação dos agentes etiológicos humanos e animais quanto ao risco. As principais são:

      Virulência
      Modos de transmissão
      Estabilidade do agente
      Concentração e volume
      Origem do material potencialmente infeccioso
      Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes
      Disponibilidade de tratamento eficaz
      Possibilidade de formação de aerossóis
      Endemicidade
      Alteração gênica
      Espécie do animal envolvido no ensaio
      Via de inoculação, dentre outras

    Classificação de Risco


    A classificação de risco de um determinado agente biológico baseia-se em diversos critérios que orientam a
    avaliação de risco e está, principalmente orientada pelo potencial de risco que oferece ao indivíduo, à comunidade e ao meio ambiente.
    Cada país adota uma classificação, onde os agentes biológicos exóticos sofrem um controle rigoroso das autoridades de saúde pública.
    Até 1995, o Brasil utilizava as classificações existentes mundialmente, tais como a do Center for Disease Control (CDC), National Institute of Health (NIH), Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale (INSERM), Comunidade Européia, dentre muitas. Todas as classificações utilizam os mesmos critérios para a avaliação de risco dos agentes biológicos, porém existem alguns critérios variáveis de acordo com a realidade epidemiológica local, o que pode levar a confusões.

    No Brasil, em 1995, com a formação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, em cumprimento da Lei n0 8.974 e do decreto n0 1.752, do Ministério de Ciência e Tecnologia, surgem uma série de instruções normativas, para o gerenciamento e normatização do trabalho com engenharia genética e a liberação no ambiente de OGMs em todo o território brasileiro. Dentre elas está a
    Instrução Normativa n0 7, de julho de 1997, que estabelece normas para o trabalho em contenção com organismos geneticamente modificados e, apresenta, em seu anexo, a classificação de agentes etiológicos humanos e animais com base no risco apresentado. Esta instrução agrupa os microrganismos em classes de 1 a 4, sendo a classe 1 a de menor risco e a classe 4 a de maior risco.

    Em 2002, o Ministério da Saúde, constitui a Comissão de Biossegurança em Saúde - CBS, pela
    Portaria n0 343, MS, 19.02.02, que possuia dentre suas atribuições, as seguintes:
    ­ “participar e acompanhar, nos âmbitos nacional e internacional, da elaboração e da reformulação de normas de Biossegurança” - instrumentos legais que deverão ir além dos atuais, contemplando não apenas os organismos geneticamente modificados (OGMs), mas o conjunto dos riscos biológicos;
    ­ proceder o levantamento e a análise das questões referentes a Biossegurança, visando identificar seus impactos e suas correlações com a saúde humana;
    ­ propor estudos para subsidiar o posicionamento do Ministério da Saúde na tomada de decisões sobre temas relativos a Biossegurança.

    A CBS iniciou seus trabalhos pela revisão da “classificação de agentes etiológicos humanos e animais com base no risco apresentado”, da Instrução Normativa n07, da CTNBio, e culmina este trabalho com a edição em 2004 das “Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico” (Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Série A. Normas e Manuais Técnicos, Brasília – DF), onde apresenta normas de Biossegurança laboratorial para manipulação de agentes patogênicos, e a classificação dos agentes biológicos atualizada.
    Conforme este documento, os agentes biológicos humanos e animais são divididos em classes, de acordo com critérios de patogenicidade, alteração genética ou recombinação gênica; estabilidade; virulência; modo de transmissão; endemicidade; conseqüências epidemiológicas; e disponibilidade de medidas profi láticas e de tratamento efi caz.

  • Classe de risco 1
  • O risco individual e para a comunidade é ausente ou muito baixo, ou seja, são agentes biológicos que têm baixa probabilidade de provocar infecções no homem ou em animais. Exemplos: Bacillus subtilis.

  • Classe de risco 2
  • O risco individual é moderado e para a comunidade é baixo. São agentes biológicos que podem provocar infecções, porém, dispõe-se de medidas terapêuticas e profiláticas eficientes, sendo o risco de propagação limitado. Exemplos: Vírus da Febre Amarela e Schistosoma mansoni.

  • Classe de risco 3
  • O risco individual é alto e para a comunidade é limitado. O patógeno pode provocar infecções no homem e nos animais graves, podendo se propagar de indivíduo para indivíduo, porém existem medidas terapêuticas e de profilaxia. Exemplos: Vírus da Encefalite Equina Venezuelana e Mycobacterium tuberculosis.

  • Classe de risco 4
  • O risco individual e para a comunidade é elevado. São agentes biológicos que representam sério risco para o homem e para os animais, sendo altamente patogênicos, de fácil propagação, não existindo medidas profiláticas ou terapêuticas. Exemplos: Vírus Marburg e Vírus Ebola.


    1. Códigos de risco - normas "R"

    1. Risco de explosão em estado seco
    2. Risco de explosão por choque, fricção ou outras fontes de ignição
    3. Grave risco de explosão por choque, fricção ou outras fontes de ignição
    4. Forma compostos metálicos explosivos
    5. Perigo de explosão pela ação do calor
    6. Perigo de explosão com ou sem contato com o ar
    7. Pode provocar incêndios
    8. Perigo de fogo em contato com substâncias combustíveis
    9. Perigo de explosão em contato com substâncias combustíveis
    10. Inflamável
    11. Muito inflamável
    12. Extremamente inflamável
    13. Gás extremamente inflamável
    14. Reage violentamente com a água
    15. Reage com água produzindo gases muito inflamáveis
    16. Risco de explosão em mistura com substâncias oxidantes
    17. Inflama-se espontâneamente ao ar
    18. Pode formar misturas vapor-ar explosivas
    19. Pode formar peróxidos explosivos
    20. Nocivo por inalação
    21. Nocivo em contato com a pele
    22. Nocivo por ingestão
    23. Tóxico por inalação
    24. Tóxico em contato com a pele
    25. Tóxico por ingestão
    26. Muito tóxico por inalação
    27. Muito tóxico em contato com a pele
    28. Muito tóxico por ingestão
    29. Libera gases tóxicos em contato com a água
    30. Pode inflamar-se durante o uso
    31. Libera gases tóxicos em contato com ácidos
    32. Libera gases muito tóxicos em contato com ácidos
    33. Perigo de efeitos acumulativos
    34. Provoca queimaduras
    35. Provoca graves queimaduras
    36. Irrita os olhos
    37. Irrita o sistema respiratório
    38. Irrita a pele
    39. Risco de efeitos irreversíveis
    40. Probabilidade de efeitos irreversíveis
    41. Risco de grave lesão aos olhos
    42. Probabilidade de sensibilização por inalação
    43. Probabilidade de sensibilização por contato com a pele
    44. Risco de explosão por aquecimento em ambiente fechado
    45. Pode provocar câncer
    46. Pode provocar dano genético hereditário
    47. Pode provocar efeitos teratogênicos
    48. Risco de sério dano à saúde por exposição prolongada


  • Códigos de medidas de segurança - normas "S"
  • 1. Manter fechado
    2. Manter fora do alcance das crianças
    3. Manter em local fresco
    4. Guardar fora de locais habitados
    5. Manter em ...(líquido inerte específicado pelo fabricante)
    6. Manter em ...(gás inerte especificado pelo fabricante)
    7. Manter o recipiente bem fechado
    8. Manter o recipiente em local seco
    9. Manter o recipiente em local ventilado
    10. Manter o produto em estado úmido
    11. Evitar o contato com o ar
    12. Não fechar hermeticamente o recipiente
    13. Manter afastado de alimentos
    14. Manter afastado de ...(substâncias incompatíveis)
    15. Manter afastado do calor
    16. Manter afastado de fontes de ignição
    17. Manter afastado de materiais combustíveis
    18. Manipular o recipiente com cuidado
    19. Não comer nem beber durante a manipulação
    20. Evitar contato com alimentos
    21. Não fumar durante a manipulação
    22. Evitar respirar o pó
    23. Evitar respirar os vapores
    24. Evitar o contato com a pele
    25. Evitar o contato com os olhos
    26. Em caso de contato com os olhos, lavar com bastante água
    27. Tirar imediatamente a roupa contaminada
    28. Em caso de contato com a pele, lavar com ...(especificado pelo fabricante)
    29. Não descartar resíduos na pia
    30. Nunca verter água sobre o produto
    31. Manter afastado de materiais explosivos
    32. Manter afastado de ácidos e não descartar na pia
    33. Evitar a acumulação de cargas eletrostáticas
    34. Evitar choque e fricção
    35. Tomar cuidados para o descarte
    36. Usar roupa de proteção durante a manipulação
    37. Usar luvas de proteção apropriadas
    38. Usar equipamento de respiração adequado
    39. Proteger os olhos e rosto
    40. Limpar corretamente os pisos e objetos contaminados
    41. Em caso de incêndio ou explosão, não respirar os fumos
    42. Usar equipamento de respiração adequado (fumigações)
    43. Usar o extintor correto em caso de incêndio
    44. Em caso de mal-estar, procurar um médico
    45. Em caso de acidente, procurar um médico
    46. Em caso de ingestão, procurar imediatamente um médico, levando o rótulo do frasco ou o conteúdo
    47. Não ultrapassar a temperatura especificada
    48. Manter úmido com o produto especificado pelo fabricante
    49. Não passar para outro frasco
    50. Não misturar com ...(especificado pelo fabricante)
    51. Usar em áreas ventiladas
    52. Não recomendável para uso interior em áreas de grande superfície.

    Biossegurança no uso de Cabine de Segurança Biológica no manuseio de substâncias químicas, drogas e radioisótopos.

    As cabines de segurança biológicas (CSB) são geralmente usadas como contenção primária no trabalho com agentes de risco biológico, minimizando a exposição do operador, do produto e do ambiente. Muitos agentes de risco biológico requerem o uso de substâncias químicas e radioisótopos em suas análises. Dependendo do volume de substâncias químicas e radioisótopo utilizado é exigido modificações na estrutura da CSB ou na construção do sistema de exaustão da cabine, que pode incluir filtro de carvão, visto que os filtros absolutos ou filtros HEPA não retêm substâncias químicas vaporizadas ou sublimadas.

    1- Manuseio de Substâncias Químicas na Cabine de Segurança Biológica

    Capela Química


    Uma avaliação de risco deve ser efetuada antes de se iniciar o trabalho que envolve substâncias químicas na CSB. Trabalhos com substâncias químicas voláteis ou tóxicas não devem ser conduzidos nas CSB Classe II tipo A, devido à recirculação do ar no interior da cabine e a eliminação do ar filtrado por filtro absoluto no ambiente laboratorial, expondo o operador ao risco químico como a todos os indivíduos que ali trabalham. As substâncias químicas de risco podem causar explosões e fogo devido às concentrações anormais de vapores ou derramamento de maiores volumes expondo os trabalhadores ao risco químico por inalação ou contato. Cuidado especial deve ser tomado em relação ao sistema elétrico da CSB, o manuseio de altas concentrações de substâncias químicas, pode danificar o sistema, causando curtos-circuitos e fogo. O equipamento de escolha para trabalhos que envolvem altas concentrações é a capela química.

    Capela Química

    Fonte: http://www. flowsciences.com/photo2oval.jpg

    CSB Classe II tipo A
    As CSB como a Classe I e a Classe II tipo B2 possuem duto de exaustão de ar e podem ser usadas na manipulação de pequenas quantidades de substâncias químicas voláteis em conjunto com a manipulação de agentes de risco biológico. A CSB Classe II tipo B1pode ser usada com quantidades mínimas de substâncias químicas não voláteis.










    CSB Classe II tipo A
    Fonte: http://www.ehs.iastate.edu/bs/bsc.htm


    CSB Classe I

    CSB Classe I
    Fonte:http://www.cdc.gov/

    CSB Classe II B2

    A CSB Classe II tipo B3 é igual a CSB Classe II tipo A, mas possui duto de exaustão para o exterior do ambiente laboratorial. O trabalho envolvendo substâncias químicas tóxicas voláteis no interior desta CSB pode causar problemas devido ao balanço de ar entre a cabine e o sistema de exaustão do edifício resultando no retorno de vapores químicos para o ambiente l aboratorial. Quantidades mínimas de substâncias químicas tóxicas voláteis podem ser usadas na CSB Classe II tipo B3 quando o sistema de exaustão do edifício é monitorado e interligado com o sistema de ventilação da cabine.


    CSB Classe II B2

    Fonte:http://www.germfree.com/graphics/im180.jpg

    CSB Classe II tipo B32- Manuseio de Drogas na Cabine de Segurança Biológica.

    Muitas drogas, rotineiramente em uso como as oncogênicas, mutagênicas, antibióticos, hormônios, esteróides e outras, podem ocasionar sérios danos ou efeitos tóxicos colaterais sobre a saúde dos profissionais de saúde que as manuseiam. Aerossol ou poeira química são gerados, freqüentemente, durante a rotina de manipulação destas drogas de risco em hospitais, consultórios, clínicas, laboratórios de análises ou instituições de pesquisa. Culturas de células e culturas de vírus utilizam preparações diluídas de substâncias químicas carcinogênicas ou outras substâncias tóxicas exigindo o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletiva (EPC). Todas estas substâncias químicas e drogas devem ser manuseadas em Cabines de Segurança Biológica. Quando se utiliza a CSB Classe II tipo A é necessério que as instalações de contenção possuam ventilação e exaustão controladas e a CSB tenha sistema de exaustão de ar filtrado por filtro absoluto (HEPA) e filtro de carvão. Os tipos de CSB recomendados para execução deste trabalho são as CSB tipo B1, B2 e B3 que possuem duto de exaustão externo ao ambiente laboratorial, sendo, portanto, mais seguras. Técnicas assépticas devem ser praticadas para prevenir ou minimizar a liberação de drogas no ar. A manutenção da CSB deverá ser feita semestralmente ou a cada 1000 horas de uso.

    CSB Classe II tipo B3
    Fonte: http://cambridgescientific.com/specials.html


    CSB Classe II tipo B1
    3 - Manuseio de Radioisótopos na Cabine de Segurança Biológica.

    As substâncias de risco biológico associados aos radioisótopos, como por exemplo o I125 devem ser manipuladas no interior da CSB Classe II tipo A. Quando substâncias químicas não voláteis em quantidades mínimas contendo radioisótopos são manipuladas, estas possuem potencial de risco semelhante ao mesmo trabalho executado na bancada e as práticas de segurança devem ser as mesmas. Trabalhos que podem gerar derramamentos ou formar aerossóis devem ser conduzidos no interior da CSB, antes, durante e no término da execução do trabalho o monitoramento deve ser efetuado com contador Geiger. Deve-se efetuar a limpeza da CSB antes do início e no término do trabalho. O material utilizado na limpeza e, resíduos biológicos deverão ser descartados como rejeito radioativo em recipientes/embalagens destinados a este fim, sinalizados com o símbolo de risco radioativo.

    O profissional deverá usar dosímetro específico para quantificar a dose de exposição as diferentes radiaçães ionizantes. Nos experimentos, que envolvem a utilização de radiação Beta poderá ser adaptado um anteparo de acrílico na CSB, promovendo uma barreira primária para o trabalhador. É recomendado o uso das CSB Classe II tipo B1, B2 e B3 para o manuseio de substâncias com radioisótopos em mínimas ou pequenas quantidades.


    4 - Cabine de CSB de Fluxo Horizontal de Ar e Cabine para Radioisótopos.
    CSB de fluxo horizontal de ar.

    A CSB de fluxo horizontal de ar não deve ser usada para manipulação de substâncias químicas, drogas e substâncias contendo radioisótopos, devido a uma possível contaminação do trabalhador, dos outros profissionais que dividem o mesmo espaço laboratorial e do ambiente.

    Não havendo necessidade de se manipular agente de risco biológico associado com substância contendo radioisótopo, este pode ser manipulado em cabines de radioisótopos construídas, em aço inox, que impede a absorção do material radioativo, esta possui circulação de ar é feita sem turbulência e um painel frontal com controle de abertura e dispositivo sonoro ou luminoso de segurança.

    CSB de fluxo horizontal de ar.

    Fonte: http:www.ehrs.upenn.edu


    CSB e outros equipamentos para preparação de drogas
    5 - Uso de Equipamentos de Proteção Individual

    Os profissionais que manipulam substâncias químicas; drogas (oncogênicas, mutagênicas, antibióticos, hormônios, esteróides e outros), além dos radioisótopos devem sempre utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) como medida de proteção. Os EPI utilizados são: luvas descartáveis de látex, PVC ou outro material sintético, jalecos confeccionados em algodão de mangas longas e de comprimento abaixo dos joelhos, jaleco de material descartável para ser usado sobre o jaleco de algodão, gorros, máscaras e sapatilhas descartáveis, máscaras contra gases, máscara contra pó e dosímetro quando necessário.

    CSB e outros equipamentos para preparação de drogas
    Fonte: http://www.germfree.com/

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